terça-feira, 18 de agosto de 2009

Perdão aos que nos visitaram!

Pessoal, pedimos perdão pela "férias" que tiramos do blog e gostaríamos de voltar a firmar compromisso com vocês aos assuntos relacionados à História, sempre semanalmente postados.

Infelizmente, por depender de fontes externas, que nem sempre nos atendem com prontidão (devido aos próprios compromissos), ficamos esse tempinho fora do ar, mas as nossas intenções continuam as melhores.





Como prometido, o próximo tema será: Comparação: Crise de 29 X Atual Crise Econômica


Aguardem!!



Equipe In Extenso

terça-feira, 14 de julho de 2009

EM BREVE - Crise econômica X Crise de 1929

Em breve no Blog uma comparação entre a atual crise econômica e a crise de 29.
Até mais.

Equipe In Extenso

domingo, 5 de julho de 2009

Civilizações Pré-Colombianas - Indicações de livros e revistas sobre os Maias e Incas

Sobre os MAIAS:

ANGUERA, Oriol & MOCTEZUMA, Matos. Tres horas com el arte maya. Guía espiritual del Museo Nacional de Antropología do México. México: Trillas, 1967.

BENSON, Elizabeth P. The Maya World. Nova York: Thomas Y.Crowell Company, 1967.
GENDROP, Paul. A civilização maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

GUIRAO, P. O enigma dos maias. Uma civilização superior na América Pré-Colombiana. São Paulo: Hemus, 1983.

KRICKEBERG, Walter. Mitos y leyendas de los aztecas, incas, mayas y miuscas. México: Fondo de Cultura Económica, 1995.

LEÓN-PORTILLA, Miguel. A conquista da América Latina vista pelos índios. Relatos astecas, maias e incas. Petrópolis: Vozes, 1985, 144p.

Revista National Geographic Brasil. Reportagem: Rituais secretos dos Maias – Mergulhadores investigam fantástico mundo submerso. Outubro de 2003.

Sobre os INCAS:

FAVRE, Henri. A civilização inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.

KRICKEBERG, Walter. Mitos y leyendas de los aztecas, incas, mayas y miuscas. México: Fondo de Cultura Económica, 1995.

LEÓN-PORTILLA, Miguel. A conquista da América Latina vista pelos índios. Relatos astecas, maias e incas. Petrópolis: Vozes, 1985.

MEGGERS, Betty J. América pré-histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972.

MURRA, John. As sociedades andinas anteriores a 1532. In: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina. A América Colonial. Vol.1. Tradução de Maria Clara Cescato. São Paulo: Edusp; Brasília, DF: Fundação Alexandre Gusmão, 1997, p.63-99.

PEASE G. Y., Franklin. La religión incaica IN: CARMAGNANI, Marcello; HERNÁNDEZ CHÁVEZ, Alicia; ROMANO, Ruggiero (Coords.). Para una historia de América II. Los nudos (1). Cidade do México: El Colegio de México/Fondo de Cultura Económica, 1999, p.132-150 (Série Américas).

PEASE G. Y., Franklin. Organización política incaica IN: CARMAGNANI, Marcello; HERNÁNDEZ CHÁVEZ, Alicia; ROMANO, Ruggiero (Coord.). Para una historia de América II. Los nudos (1). Cidade do México: El Colegio de México/Fondo de Cultura Económica, 1999, p.151-171 (Série Américas).

POMER, Leon. História da América Hispano-Indígena. São Paulo: Global, 1983.WAISBARD, Simone. Machu Picchu: cidade perdida dos incas. São Paulo: Hemus, s/d.

História Viva. Ano I, n.2 (duas reportagens, uma sobre os ritos fúnebres incas e outra, menor, sobre Cuzco)

National Geographic, junho de 2002 (reportagens sobre Tiahuanaco e Huari)National Geographic, maio de 2002 (reportagem sobre as múmias incas e um mapa-poster de Machu Picchu

Equipe In Extenso

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Em breve - Civilizações Pré-Colombianas - Imagens

Em breve no blog várias figuras relacionadas as Civilizações Pré-Colombianas!

domingo, 21 de junho de 2009

Civilizações Pré-Colombianas - Comparações entre Incas e Astecas

As comparações entre incas e astecas podem ser elaboradas tomando-se por base diferentes esferas do pensamento histórico, isto é, a história econômica, a política, a religiosa, etc.
Seguem abaixo alguns elementos para sua consideração:

Política:

Incas: maior centralização política quando da chegada dos europeus. O Império Inca (Tawantinsuyu) era dividido, administrativamente falando, em quatro regiões (ou suyus), cada um controlado por um parente direto do Inca e devendo obrigações apenas para eles.

Astecas: não era um império, e sim uma confederação de cidades-Estado. Com isso, havia mútuas obrigações entre as cidades-Estado, mas todas deviam impostos e respeito à principal delas, Tenochtitlán, a cidade dos mexicas, cidade-Estado que impôs seu poder sobre todas as outras. Quando os espanhóis chegaram à região, incentivaram discórdias entre as cidades-Estado para facilitar sua conquista.


Religião:


Há muitas semelhanças entre a religião asteca e a incaica. Ambas as sociedades eram politeístas e adoravam o sol como divindade principal. Além disso, em ambas havia um herói civilizador (homem), responsável pela criação da língua, da maioria dos costumes, das leis. Estes homens teriam sido, então, alçados à condição de deuses.
Uma diferença é essencial: os incas também adoravam deuses locais, relacionados a lugares, pedras, árvores, caminhos, etc. Estas divindades, chamadas wacas, somente tinham podem quando o fiel solicitava seus “serviços” naquele local.

Incas: Inti (divindade principal - sol) / Viracocha (herói civilizador alçado à condição de divindade).


Astecas: Huitzilopochtli (divindade principal – sol) / Quetzalcoatl (herói civilizador alçado à condição de divindade).

Economia:

A economia incaica e asteca estava voltada à agricultura; aliás, muito eficiente. Para alguns autores, as técnicas agrícolas de incas e astecas teriam sido superiores às técnicas dos europeus à época da conquista.
O principal produto agrícola era o milho. Contudo, também é possível apontar algumas diferenças entre astecas e incas:

Incas: Sofisticadas técnicas agrícolas, como a plantação em ilhas flutuantes nos lagos andinos (Tramas de junco flutuantes eram recobertas de terra fértil. Assim, as raízes das plantas tinham acesso direto à água do lago. É um embrião da cultura hidropônica). Sua agricultura conseguiu sustentar aproximadamente 20 milhões de habitantes (em todo o império). Também recortavam encostas das montanhas e criavam terraços irrigados e adubados. Contudo, o comércio incaico entre as regiões do império não era tão desenvolvido como ocorria entre os astecas.


Astecas: Também possuíam técnicas agrícolas avançadas, mas não tão evoluídas quanto a dos incas. Contudo, eles foram capazes de produzir o bastante para sustentar uma população de aproximadamente 25 milhões de habitantes (em toda a confederação). O comércio era mais desenvolvido do que o comércio incaico, e o mercado de Tenochtitlán chegava a receber até 60 mil pessoas por dia.



Texto produzido pelo Profº Dr. Marcos Alves de Souza


Equipe In Extenso

Civilizações Pré-Colombianas - Vídeos sobre Arte Maia, Inca e Asteca

Vídeos sobre a Arte Maia e Astecas :




Arte Inca

Equipe In Extenso

Civilizações Pré-Colombianas - Apresentações de Power Point

A apresentações a seguir servirão para orientá-los em relação ao contexto histórico em que a "descoberta" da América - mais especificamente a de civilizações Pré- Colombianas - está inserida, assim como um breve apresentação das culturas Incas e Astecas.




















Todas as apresentações aqui postadas foram produzidas e gentilmente cedidas pelo Profº Dr. Marcos Alves de Souza.


Equipe In Extenso

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cruzadas - "A Cavalaria Medieval"

O termo cavalaria é amplo, segundo alguns pode chegar a 10 significados ( Lloyd’s Encyclopaedic Dictionary) ou ainda segundo o New English Dictionary tem sete significados, pode significar grupo montado a cavalo, status ou condição social, ou ainda o sentido de corpus que essa classe assumiu durante a Baixa Idade Média, nesse sentido Cavalaria significa conjunto de normas e costumes religiosos, morais, sociais movidos pelo espírito de aventura é em sobre esse último significado que gostaria de me debruçar um pouco. Baseado em Lacroix “Cavalaria foi um sistema que modificou e completou o feudalismo. Não foi uma instituição, mas uma associação ética e religiosa, que lançou um raio de beleza ideal através de uma sociedade corrompida pela anarquia”. Na França se desenvolveu o ethos da cavalaria medieval perfeito, segundo certo deão (Chefe) erudito o cavaleiro tinha “ elevado sentimento da honra, desprezo pelo perigo e pela morte, amor pela aventura, auto-sacrifício e altruísmo”.

O ethos da cavalaria era caro e ainda a cavalaria possui além do significado militar a conotação social que envolve o ato de se fazer parte da cavalaria em especial entre os séculos XI e XIV. A nobreza que confere a regulamentação a esse patamar de cavaleiro, a ponto de a cavalaria representar a nobreza, ou melhor, o braço militar da nobreza. Com a desagregação de um poder central em fins do primeiro milênio como conseqüência surge um maior fortalecimento dos feudos e do avanço bélico de sua alçada, o que acontece é que os senhores feudais acabam tornando-se o referencial de poder local, ainda existiam os reis, porém é preciso ter a prerrogativa de que a Europa dos séculos IX em diante tem profunda dificuldade de locomoção e de disseminação das informações, só pra constar às estradas construídas pelo Império Romano ainda eram as melhores rotas, ou seja, ficava custosa e muito demorada a locomoção de tropas e administração para determinadas áreas o que obviamente resulta em um maior fortalecimento do senhor feudal que possui em seu território um contingente preparado para o combate e apito a resolver as querelas da sua região, no que diz respeito à segurança o Forte ou Castelo desse senhor está muito mais próximo que o Castelo do Rei.

Nesse ínterim a Igreja busca também se fortalecer e se proteger e aos seus, inversamente proporcional ao enfraquecimento de um poder central a Igreja busca galgar, trazer para sua orla de influência esses cavaleiros, afinal a perda de referencial, os grandes reis, faz com que hordas sedentas de terras e riquezas possam alvejar terras da Igreja e dos seus. O que promove uma reação dessa mesma Igreja ante a legitimação dessa reação frente ao invasor mulçumano, eslavos, magiares e dinamarqueses ou a própria ganância de principados cristãos, os cavaleiros dos séculos IX e X não tem nada dos gentis e perfeitos homens dos séculos XI, XII e XIII. Ora os séculos de pós-enfraquecimento de um poder central foram propícios para a sedimentação dessa classe a dos cavaleiros, antes o posto que pertencia aos reis e príncipes agora também faz parte dessa classe que assume a proteção da Igreja, vale ressaltar que o medievo não abstém do religioso em momento algum, sendo assim o respeito e a relevância a Igreja estão sempre no seu cotidiano, afinal a Igreja também se torna o legitimador e fator de unidade. A partir de 1095 surge o conceito de que toda pessoa ao fazer 12 anos deveria jurar proteção aos jovens e mulheres viúvas, daí surge a cavalaria cristã. A igreja consegue trazer para sua orla de influência a cavalaria, logo depois de monopolizar a cerimônia da investidura dos cavaleiros, ato pelo qual o noviço deveria passar para sagrar-se cavaleiro e quem o imbuia de tal permissão era a Igreja.

A cavalaria nesse momento muito mais que a idéia de corporação ou confraria torna-se um modo de vida, não é de se estranhar que se torna titulo nobiliário. Por essa época a cavalaria traça um modo de pensar e agir como uma classe, assim como no Japão os Samurais tornara-se, classe ou estamento. Tal é a sua importância social que no século XIII o escudeiro que até meados do século XI era considerado estado de simplicidade e sem importância, torna-se até um grupo que enquanto movimento pertencente à nobreza constitui aos nobres que não se tornaram cavaleiros ( “armados cavaleiro”) um status próprio.




Acabou constituindo-se hierarquicamente o direito de ser cavaleiro ou vir a ser, em principio o braço armado do senhor necessariamente não era nobre, e sim um membro do campesinato que era armado pelo senhor para a proteção do castelo, com o devir houve o posterior distanciamento dos camponeses e a elitização desses servidores. Como característicos esses cavaleiros acabam tornando-se economicamente destacados e por meio de alianças matrimonias com a nobreza constituem uma aristocracia, eles não são nobre ainda afinal nobreza tem haver com sangue e berço.
O auge da cavalaria é alcançado durante as Cruzadas, vale ressaltar que não de forma ordenada, no entanto podem as Cruzadas ser observadas como válvulas de escape para os cavaleiros ( É mito a idéia de que o cavaleiros que foram lutar nas Cruzadas eram os que não tinham posse ou experiência na Europa, o que sabemos é que a elite da cavalaria medieval é que parte para Outremer )

Os Hospitalários, Templários e os Teutônicos são os grandes exemplos de união entre o ethos da cavalaria e o espírito do monaquismo.

E nesse mundo das Cruzadas que a Cavalaria Medieval se põe em marcha e conhece suas maiores vitórias e suas maiores derrotas.

Bibliografia:

A CAVALARIA MEDIEVAL . Professores do King’s College de Londres
GUILHERME MARECHAL OU O MELHOR CAVALEIRO DO MUNDO Georges Duby
HISTÓRIA ILUSTRADA DAS CRUZADAS. W.B. Bartlett



Artigo gentilmente cedido por Marcos Levi , formado em História pela UERJ com especialização em Idade Média - Heresias São Francisco de Assis e participante ativo do http://quemtembocavaiaroma.livreforum.com/ fórum de discussões de assuntos gerais.

sábado, 13 de junho de 2009

Cruzadas - Um pouco mais sobre...

Fonte: Partida de um cavaleiro para a cruzada (início do século XIII)[1].

O fascínio exercido pela cavalaria sobre as pessoas ficou registrado na literatura em língua vulgar. Vulgar porque era falada e entendida pelo povo. Essas histórias eram criadas primeiro oralmente e somente depois eram escritas. Em uma sociedade de maioria analfabeta, ouvir era tão importante quanto ler.
E hoje, onde a maioria é alfabetizada, o tema Cruzada ainda exerce fascínio sobre as pessoas? O que diz o cinema acerca disso?Os vários gêneros dentro da literatura na época medieval traziam um ideal ou um modelo de cavaleiro que foi propagado. Todavia, essa literatura se chocava com a moral pregada pela Igreja. Mas, mesmo a Igreja se opondo a esses romances, não conseguiu impedir o sucesso que eles desfrutavam. Dessa forma, a solução por ela encontrada foi a de cristianizar os temas arturianos (os cavaleiros da Távola redonda). Ou seja, inserir elementos cristãos nessa literatura.
Com relação ao termo Cruzada, é interessante observarmos que esse vocábulo não era conhecido em sua época, e que somente seria utilizado no século XIII, mesmo assim, de forma esporádica. Nos textos medievais, as palavras usadas para se referir a esse movimento são: “peregrinação”, “guerra santa”, “expedição da Cruz” e “passagem[2]”.
A palavra Cruzada é devido à cruz que os cruzados bordavam em suas roupas porque se consideravam “soldados de Cristo”. Além disso, podiam utilizar diversas relíquias em suas campanhas.
Qual a importância dessa modificação do termo?
As Cruzadas eram “expedições militares empreendidas contra os inimigos da Cristandade e por isso legitimadas pela Igreja, que concedia aos seus participantes privilégios espirituais e materiais[3]”. Esses inimigos da Cristandade eram os muçulmanos no Oriente Médio e os que invadiram a Península Ibérica, mas também podiam ser os eslavos pagãos da Europa Oriental e os heréticos da Europa Ocidental.
Quanto aos privilégios, um deles dizia respeito às indulgências, que significava o perdão dos pecados. Aqueles que partiam em Cruzada podiam se redimir de seus pecados pelo simples fato de estarem participando de um evento aprovado pela Igreja. Aliás, quem iniciava uma Cruzada, na maioria dos casos, era o papa. E quem financiava eram os próprios cruzados e a Igreja.
O período de realização das Cruzadas foi de fins do século XI a fins do século XIII. E uma das razões destacada por Franco Jr. para que esse movimento tenha ocorrido foi que as Cruzadas representaram uma solução para os problemas colocados pelo início da desestruturação feudal, ou seja, funcionaram como válvula de escape para as tensões sociais, políticas, e econômicas provocadas pelo dinamismo do feudalismo.
Vários elementos contribuíram para a realização das Cruzadas, dentre eles se destaca a nobreza despossuída e turbulenta.


Na sua constante tentativa de obter terras, muitos nobres atacavam os feudos vizinhos e invadiam mesmo feudos da Igreja. Esta, além disso, era prejudicada pelas constantes guerras feudais, que ao afetarem a produção diminuíam o dízimo cobrado pela Igreja[4].


Nesse contexto foram criados os movimentos: a Paz de Deus: que proibia ataques a clérigos não armados, camponeses e comerciantes e a Trégua de Deus: que proibia lutas em certos dias considerados sagrados.As Cruzadas serviam para que a Igreja levasse a violência para fora da Cristandade e para que tentasse reunificar a Cristandade, dividida pelo Cisma do Oriente, momento em que a Igreja Católica (em Roma) se separou da Igreja Ortodoxa Grega (em Constantinopla).


As Cruzadas que buscavam a Terra Santa recebem tradicionalmente números (de Primeira a Oitava Cruzada), no caso das expedições oficiais, ou nomes (Cruzada Popular, Cruzada de Crianças), para indicar a composição social diversa de outras[5].


Também havia um fluxo intenso de peregrinos, que não eram cruzados, mas que enfrentavam perigos para chegar à Jerusalém.
O papa Urbano II fez um discurso em Clermont que instigou a nobreza feudal a iniciar os preparativos para partir para Jerusalém. No seu discurso Urbano II disse aos participantes que era preciso ajudar os irmãos do Oriente, pois eles estavam sendo atacados pelos turcos. E que ricos e pobres deviam deixar de se matar e participar de uma guerra justa. Aqueles que morressem em batalha receberiam absolvição dos pecados. Quanto aos seus pertences, ficariam sob a proteção da Igreja. E, um último detalhe, os voluntários deveriam usar o sinal da cruz, em vermelho, sobre o ombro.
Tal movimento também repercutiu nas camadas populares, cuja pregação fervorosa ficou por conta do monge Pedro. Ele reuniu franceses e alemães sem condições materiais que tiveram mesmo que saquear e roubar para sanar a fome. Essa era a chamada Cruzada Popular. Esses bandos de homens maltrapilhos, devido ao seu fanatismo, massacraram comunidades judias na Alemanha. Outros tantos morreram durante a viagem.
Os cruzados venceram o temido exército dos turcos, devido às próprias guerras internas entre os turcos e o armamento pesado dos cavaleiros ocidentais, especialmente graças às cotas de malhas e couro que os protegiam das flechas inimigas.
Após essa vitória, dentre outras que tiveram de enfrentar, os cruzados chegaram a Jerusalém e cometeram um verdadeiro massacre de muçulmanos e judeus que tinham uma comunidade tradicional na Cidade Santa, acompanhado de pilhagens que não pouparam nem a Mesquita de Omar. A ambição dos barões não conhecia limites. Assim, seguiram cometendo as maiores atrocidades e carnificinas.
De acordo com Falbel, circulavam rumores no Ocidente latino, muito antes da Primeira Cruzada, de que muçulmanos e judeus pretendiam destruir lugares santos e o Santo Sepulcro. Isso seria motivo suficiente para tal genocídio?
Quando os cruzados chegaram a Jerusalém (1099), estabeleceram aí Estados feudo-colonial. Porque quem iria geri-los era a pequena nobreza feudal européia e os povos a serem dominados eram regiões de etnia e religião diferentes.
Dessa maneira se pode concluir que esses Estados francos formados no Oriente não passavam de uma mina de pólvora prestes a explodir. Além disso, a diferença étnica dificultava bastante a exploração dessas colônias. Não demorou muito, para que o primeiro desses Estados caísse, como foi o caso de Edessa, em 1144. Posteriormente, os outros Estados também cairiam.
O que movia esses cruzados seria apenas a fé ou os interesses de enriquecimento pessoal? O que fizeram essas pessoas arriscarem as próprias vidas para chegar à Terra Santa (Jerusalém)?
As outras Cruzadas seriam uma sucessão de derrotas. Assim, as Cruzadas fracassaram em seus objetivos. A Cristandade continuou superpovoada para os recursos que possuía; o próprio comércio em algumas regiões se viu prejudicado por conta das Cruzadas; a intenção eclesiástica de pacificar a Europa cristã desviando a nobreza sem terras para zonas periféricas, não teve sucesso.

Todavia, se trata de um movimento que teve repercussão na “mentalidade” das pessoas. Passou a haver maior tolerância entre cristãos e muçulmanos. O que essa atitude significa? Houve também forte oposição aos clérigos (homens da Igreja). Estariam lançadas as sementes da Reforma Protestante do século XVI?
E, enfim, na cidade, a burguesia se fortalecera. Ela combatia a autonomia dos feudos, a descentralização política e as intervenções da Igreja na vida política e econômica. Ou seja, os elementos que constituíam e mantinham o feudalismo em pleno funcionamento.
As Cruzadas realmente funcionaram como válvulas de escape?



Fonte: rendição de Antioquia e o massacre praticado pelos cruzados (século XIII)[6].



[1] FALBEL, Nachman. Kidush Hashem. Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas. SP: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2001, p. 9
[2] FRANCO Jr., Hilário. As Cruzadas. SP: Brasiliense, 1982.
[3] Idem, pp. 7-8.
[4] Idem, pp. 23-24.
[5] Idem, p. 38.
[6]FALBEL, Nachman. Kidush Hashem. Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas. SP: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2001, p. 10.



BIBLIOGRAFIA

FALBEL, Nachman. Kidush Hashem. Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas. SP: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2001.

FRANCO Jr., Hilário. As Cruzadas. SP: Brasiliense, 1982.
[1] Idem, p. 267.

Artigo gentilmente cedido pela Profª. Iara D'Assunção da UNIFRAN - mestre em História.

domingo, 7 de junho de 2009

Cruzadas - Mapas, figuras, ilustrações, etc

Segue abaixo alguns mapas que indicam os caminhos percorridos pelas Cruzadas.
Para melhor visualização, favor clicar com o mouse em cima das imagens.



















Equipe In Extenso

Cruzadas - Dicas: livros, filmes, sites, etc

Filmes:

O Incrível Exército de Brancaleone - (L'armata Brancaleone, ITA 1965)
Diretor: Mário Monicelli

O filme é um amplo painel dos principais acontecimentos da Idade Média, mostrados através da viagem do cavaleiro Brancaleone.

Senhor da Guerra - (The War Lord, EUA 1965)
Diretor: Franklin J. Schaffner

O filme retrata basicamente os costumes medievais e as obrigações servís, a partir do romance entre um nobre e urna camponesa.

O Nome da Rosa - (The Name of the Rose, ALE/FRA/ITA 1986)
Diretor: Jean Jacques Annaud

Através da investigação de uma sucessão de crimes em um mosteiro beneditino na Itália, o filme mostra as diversas posições e correntes de pensamento dentro da Igreja medieval, ás vésperas do Renascimento.


Documentários:

As Cruzadas: A Cruz e o Crescente - (Produzido pela The History Channel, 2008)

Foram 200 anos de disputas pelo solo sagrado. As grandes e sangrentas batalhas em nome da terra santa revelam como os Cruzados conquistaram, com sacrifícios e sem trégua, uma cidade após a outra. Dois séculos de guerras entre duas das maiores religiões da História.


Livros:

LE GOFF, Jacques. SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2006.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. As Cruzadas. São Paulo: Brasiliense, 1981.

BARTLETT, W. B. História Ilustrada das Cruzadas. São Paulo: Ediouro, 2002.

DUBY, Georges. As Cruzadas. São Paulo: Brasiliense, 1982.

Sites:

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/antiga/cruzadas1.htm
http://www.arqnet.pt/portal/universal/cruzadas/index.html
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=88
http://www.abrem.org.br/

Equipe In Extenso

Saudação a todos

Finalmente. Agora vai!
A idéia era a seguinte: utilizar meios de comunicação para assessorar um curso da Universidade de Franca, essa era a proposta do Prof. Fábio Santos. Interessante, no primeiro momento, contudo, um tanto quanto complicado para alunos do 3º ano de Jornalismo, que teriam que comunicar para um curso que não era o seu, ou seja, enfim colocar em prática os ensinamentos de quase 3 anos de curso.
Para nossa alegria, o curso assessorado seria escolha dos alunos. E aqui estamos, escolhemos o curso de História. O que não supreende a quem nos conhece, pois somos fãs do curso.

Nossa equipe, é formada por cinco integrantes: Eduardo Silveira, Fernanda Essado, Maiara Fernandes, Marina Bérgamo e Tatiane Marques, que, juntamente com os professores do curso de História e o apoio e orientação do Coordenador e Prof. Dr. Marcos Alves de Souza, fornecerá informações sobre um tema proposto semanalmente por um determinado Professor, de acordo com um cronograma feito previamente.
Escolhido o tema, postaremos informações, imagens, dicas de leitura, filmes e sites, para que haja discussão acerca do tema. Esperamos a participação tanto dos alunos quanto dos professores.
O tema da discussão é renovado semanalmente.

Este é um espaço para discutirmos assuntos polêmicos e de interesse a todos que cursam História ou que se simpatizam por esse poderoso "instrumento" de conhecimento.
Afinal, é agora, no presente, que recorremos ao passado - fonte de experiência e sabedoria - para melhor entendermos o futuro.

Contamos com a sua participação.

Equipe In Extenso